Filme gravado pelo Instituto Trata Brasil entra na internet pela primeira vez e ouve personalidades sobre o assunto. Vista como a infraestrutura mais atrasada do Brasil, o saneamento básico reaparece na agenda de 2017 como um dos maiores desafios dos novos prefeitos eleitos, principalmente das cidades médias e pequenas.
Os últimos dados do Ministério das Cidades, através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS – base 2015, divulgados na primeira semana de janeiro mostram um país ainda distante de cumprir suas metas básicas de levar água tratada, coleta e tratamento de esgotos a todos os brasileiros. Os novos números apontam que somente em 2015 a coleta de esgotos chegou a mais da metade da população – 50,3% da população com acesso, mas apenas 42,6% dos esgotos gerados no país são tratados. A melhor situação está no atendimento de água tratada, que chega a 83% dos brasileiros.
O Instituto Trata Brasil há anos vem mostrando esses indicadores vergonhosos. Exceto em poucos municípios melhor estruturados, a maior parte do país mostra deficiência clara frente aos números de saneamento básico, elevando os casos de doenças de veiculação hídrica e causando transtornos sociais para a população que está à margem desta infraestrutura mais elementar. É diante desta situação que Trata Brasil publica o documentário “A Realidade do Saneamento Básico no Brasil – documentário com os Embaixadores do Instituto Trata Brasil”, um filme produzido pela Kurundu Filmes e que entrevistou moradores de regiões críticas de São Paulo e Porto Alegre, bem como personalidades que colaboram com o Instituto. A proposta é mostrar problemas reais enfrentados diariamente pela falta desse direito fundamental; ter uma água boa para beber e nossos esgotos coletados e tratados. No filme é possível ter uma dimensão dos transtornos à saúde causados, como as mais de 400 mil internações anuais por diarreia, segundo o IBGE 2014, além da correlação da falta de saneamento básico com a proliferação do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, chikungunya e zika).
Outro tema abordado é a falta de políticas de regularização e habitação que permitam resolver o problema desses serviços nas áreas irregulares. Atualmente, mais de 11milhões de pessoas habitam essas localidades no Brasil também segundo o IBGE, e vivem totalmente excluídos de qualquer possibilidade de acesso ao que há de mais básico.
O documentário estará disponível na íntegra, pela primeira vez, no site do Instituto Trata Brasil, após ter sido exibido no 18º FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental de Goiás, além de ter feito parte dos debates do Observatório do Amanhã (Museu do Amanhã – RJ), CIEE de São Paulo e universidades públicas pelo Brasil.
Veja o documentário na íntegra aqui:
Fonte: www.tratabrasil.org.br